Imagem: Arquivo Fernando NewDread (Matéria: Auto Estima e Aceitação da Estética Negra nos Cabelos Crespos)
Vira e mexe a Auto Estima e Aceitação da Estética Negra nos Cabelos Crespos de pessoas pretas, vira pauta de discussão e debate em vários ambientes, seja por algum episódio de racismo, seja por uma personalidade que abandonou o cabelo liso quimicamente tratado e resolveu apostar no processo de transição capilar de modo que o seu cabelo volte na medida do possível ao estado de como era antes de todos os processos químicos que o deixaram, com efeito, liso. Nesses processos, tanto o de transição capilar quanto o de afirmação do cabelo crespo ou afro envolvem-se questões referentes a autoestima e aceitação dessas pessoas para com seus cabelos dentro de todo um processo onde a sua fibra capilar foi carregada de estereótipos e preconceitos perpetuados ao longo dos anos.


Imagem: Arquivo Fernando NewDread (Matéria: Auto Estima e Aceitação da Estética Negra nos Cabelos Crespos)
Há não muito tempo, logo ali por volta dos anos 40 e 50, ou seja, há menos de 70 anos de imposição da estética capilar branca, pessoas pretas se submetiam e ainda hoje se submetem a processos que envolvem uma alta exposição a componentes químicos nocivos à saúde e “tratamentos” bastante radicais como o processo de “banho” em óleos posteriormente seguidos de um pente aquecido para que sua fibra capilar fosse moldada da maneira mais lisa possível sendo imposto um penteado ou uma modelagem que se assemelhasse ao máximo ao de mulheres brancas, um tanto dos preconceitos que ainda se perpetuam atualmente decorrem desses 70 anos de pura violência para com o cabelo de pessoas pretas e está intimamente atrelado ao apagamento de suas características, logo associada automaticamente a ideias de autoestima e aceitação.
Mesmo com anos de opressão e preconceitos quanto a Auto Estima e Aceitação da Estética Negra nos Cabelos Crespos, a era disco nos anos 70 e 80 trouxe o black power como uma das características muito marcantes da época, os Panteras Negras e a crescente voz de líderes negros reivindicando direitos equânimes também se somaram a afirmação dessa estética como parte constituinte de uma cultura que por anos havia sido apagada. Hoje em dia ainda que com discussões sobre o tamanho, textura e penteados de pessoas pretas a conversa já se mostra diferente: Influenciadores digitais, modelos, atrizes, jogadores de futebol e até profissionais do ramo jurídico, administrativo e de demais áreas colocadas como “sérias demais” para serem associadas a um cabelo crespo e a estética preta nos cabelos buscam diariamente desprender a seriedade e integridade do seu trabalho da existência, afirmação e manutenção do seu cabelo, separando o cabelo crespo e afro da preconceituosa ideia de desleixo, sujeira e descredibilidade.


Imagem: Reprodução Ebiografia / Segredos do Mundo (Matéria: Auto Estima e Aceitação da Estética Negra nos Cabelos Crespos)
Há ainda muito o que se discutir e o que se enfrentar quando o debate envolve a Auto Estima e Aceitação da Estética Negra nos Cabelos Crespos. Muita coisa já caiu por terra, muitos preconceitos e ideias equivocadas, inúmeras empresas cosméticas capilares hoje já contam com várias linhas de cuidados voltadas exclusivamente para cabelos crespos e desenvolvidas com base na real necessidade do cabelo dessas pessoas considerando também a multiplicidade de fibras, de texturas e afins, muitas modelos já podem desfilar e aparecer em campanhas publicitárias com seus dreads, ostentando um belo afro ou um black power e assim diariamente essa estética preta nos cabelos vai se firmando também como uma estética, como mais um ideia de beleza.